sábado, 20 de junho de 2009

Turistas II - O Retorno

Há um ano eu fiz um post chamado Turistas, só que até então eu não havia trabalhado entrando em contato direto com essas criaturas bizarras e peculiares.
Com esse contato maior com essa espécie, pude perceber diferenças entre alguns exemplares. Tem o mochileiro, não chora muito o preço, esconde o dinheiro na meia (prefiro acreditar que é na meia e não na cueca) ou num canto bem escondidinho da carteira, ou senão pagam no cartão de débito e ficam se perguntando se ainda tem algum trocado na Caixa. Tem as vovozinhas que querem levar coisa pra família inteira, principalmente pros netos, normalmente coisas que constrangem os mais velhos. Tem também o pobre que vem com o dinheiro contado, fica na dúvida no que levar, pois só pode levar um, chora o preço até não poder mais. Tem o chato, aquele (normalmente do sexo masculino) que pensa que as piadas que conta são engraçadas. Tem os indecisos, os sem cultura, os curiosos, os que pagam tudo pra namorada/esposa que não se importam em gastar.
Mas tem o mais sinistro: o gringo.
Essa espécie não muito rara se acha, acha tudo maravilhoso, se for um nórdico, carrega uma bagagem inteira com protetor solar deixando um cantinho pro dicionário Português (de Portugal) - Inglês. Tem que ser paciente...
E agora chegado o fim de semana, eles aparecem aos montes (esses montes dependem da capacidade do ônibus de turismo que foi alugado) e tudo que podemos fazer é atendê-los da melhor maneira possível para que deixem seu rico (ou chorado) dinheirinho em nossa cidade, levem nossas tranqueirazinhas (ô racinha que gosta de tranqueirazinha inútil só pra dizer que esteve em tal lugar, principalmente as senhoras de idade semi-avançada com suas bermudinhas e chapeuzinhos de crochê - leia-se "as véias") e comer da nossa típica comidinha, que acham uma delícia enquanto a gente acha uma m*.
Agora que sou uma artesã (forcei, eu sei, mas não custa nada a gente se auto-iludir um pouco, isso adoça a vida), estou vendo bem o que esse povo sofre. Mas é um sofrimento legal.
Mas querem saber, que venham os turistas, que comprem, que nos faça rir do quanto são ridículos e caricatos, que nos torrem o saco, que façam o que quiserem. Sejam bem vindos.

Só gostaria de saber se quando NÓS somos os turistas, somos assim também...

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