sexta-feira, 16 de maio de 2008

Pobre x Carro

Estava pensando cá com meu zíper (botões são coisas chatas, prefiro zíper mesmo), pobre não pode ter carro que vira uma desgraça. Nada contra "os pobre", mesmo porque sou uma.
Pra começar, devido ao baixo poder aquisitivo, somente é possível um carro velho, lógico que isso vai depender de quem está comprando, pois pode ser um modelo relativamente novo, tipo ano 91 ou 92, ou ainda uma coisa enferrujada saída dos anos 70.
A primeira coisa que o indivíduo faz é colocar um "sonzasso" que, na maioria das vezes, o valor é superior ou igual ao valor do veículo. É comum a gente ver uma furrequinha que ainda está andando por milagre (e um monte de arame amarrado, chave de fenda pra prender o vidro, banco com estofamento aparecendo, piso tão fino que quase se pode fazer igual aos Flintstones, etc) com um som daqueles, MP3 de última geração, woofers e subwoofers hiper potentes (cuja vibração é capaz de destruir o pobre automotor) e, como é de lei, tocando pagode, funk, axé ou música da duplinha sertanojenta do momento. Mas isso se o som não tiver que competir com o barulho do motor.
Fim de semana é dia de lavar a furreca: estaciona fora da garagem, na rua mesmo, abre as portas, levanta o porta-malas, liga o som com os "hits" do momento, joga os tapetes (ou o que resta deles) espalhados na calçada, passa trocentos produtos no carango, um para cada parte, que é pra ficar com jeitão de carro novo. Tudo bem, todos têm direito a ter ilusão...
E os mecânicos então? Já até conhecem o dono, normalmente pelo apelido, já sabem de todos os detalhes do carro, onde ele apresenta os problemas "normais" e tudo. Aliás, qualquer um pode ser mecânico, basta fazer um cursinho no SENAI ou CEFET, arruma um estágio, ganha uma graninha, compra um carro velho e aprende a mexer de tanto que ele dá problema, daí é só dar um jeito na garagem de casa e colocar uma plaquinha escrita a mão e muito mal feita no portão e esperar feliz da vida o primeiro indivíduo a trazer-lhe a sua preciosa furreca. Isso quando não são criados verdadeiros frankensteins, com uma porta de cada cor, o capô de outra, pneus da frente semi inteiros e de trás carecas (pois é, pobre só compra 2 pneus, qdo os da frente estão começando a ficar intransitáveis, compra 2, põe na frente e passa os da frente pra trás). Aliás, todo dono de carro velho vira meio mecânico.
Estou dizendo isso porque pessoas muitíssimo próximas a mim fazem isso tudo, portanto acompanho esse drama do carro velho de pertíssimo.
Desejo sorte a todos eles e suas incríveis máquinas quase voadoras. Sorte a todos esses bravos donos de Fiats 147, Brasílias, Chevettes, Fuscas, Peruas, Corcéis, etc...

Nenhum comentário: