quinta-feira, 10 de julho de 2008

Liras de amor através dos tempos...

Anos 10 - Ele de terno, colete e cravo na lapela, embaixo da janela dela, canta:
" Tão longe, de mim distante, onde irá, onde irá teu pensamento?
Quisera saber agora se esqueceste, se esqueceste o juramento.
Quem sabe se és constante, se ainda é meu teu pensamento e
minh'alma toda de fora, da saudade, agora tormento!"

Década de 20 - Ele de terno branco e chapéu de palha, embaixo do sobrado em que ela mora, canta:
"Ó linda imagem, de mulher que me seduz!
Ah, se eu pudesse tu estarias num altar!
És a rainha dos meus sonhos és a luz, és malandrinha, não precisas trabalhar."

Anos 30 - Ele de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela mora, canta:
"Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa!
Do amor por Deus esculturada.
És formada com o ardor da alma da mais linda flor de mais ativo olor,
que na vida és preferida pelo beija-flor"

Anos 40 - Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira, escreve para a Rádio Nacional e manda oferecer a ela uma linda música:
"A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua, costuma se embriagar.
Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar"

Anos 50 - Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de uma bela bossa:
"Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça.
É ela a menina que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar.
Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema.
O teu balançado é mais que um poema.
É a coisa mais linda que eu já vi passar."

Anos 60 - Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço, ajeita a calça lee e coloca na vitrola uma música papo firme:
"Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito
não é maior que o meu amor nem mais bonito,
me desespero a procurar alguma forma de lhe falar,
Como é grande o meu amor por você"

Anos 70 - Ele chega em seu fusca, com tala larga, sacode o cabelão, abre a porta pra mina entrar e bota uma melô jóia no toca-fitas:
"Foi assim, como ver o mar.
A primeira vez que os meus olhos, se viram no teu olhar,
quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha pra ficar... "

Anos 80 - Ele telefona pra ela e deixa rolar um som:
"Fonte de mel, num olhos de gueixa, Kabuk, máscara.
Choque entre o azul e o choque de acácias, luz das acácias, você é mãe do sol."

Anos 90 - Ele liga pra ela e deixa gravada uma música, na secretária eletrônica :
"Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz,
mas já não há caminhos pra voltar.
E o que é que a vida fez da minha vida?
O que é que a gente não faz por amor? "

Ano 2001 - Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela, por e-mail:
"Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão.
Vou te jogar na cama e te dar muita pressão!
Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim!
Eu vou te cortar na mão! Vou sim,vou sim!
Vou aparar pela rabiola! Vou sim!"

Ano 2002 - "Vai, Serginho, vai Serginho..."
(o resto é impublicável)

Incrível como as coisas sempre podem piorar...
E PIORAM !!!

Um comentário:

Anônimo disse...

A inveja mata... cuidado...rs..rs..rs..