sexta-feira, 14 de março de 2008

Verdadeiras histórias de terror

Fico indignada como pais conseguem deixar os filhos pequenos terem acesso a verdadeiras histórias de terror desde a infância.
Como disse no post anterior, considero Chapeuzinho Vermelho um conto de terror, agora explico. Um a um dessas terríveis histórias aparentemente inocentes.
CHAPEUZINHO VERMELHO: Uma mãe desnaturada deixa sua pobre e indefesa filhinha atravessar uma floresta sozinha, uma floresta na qual se encontra uma fera assassina sedenta por sangue fresco. Tal criatura, chamada Lobo Mau (que ao meu ver não é nada mais nada menos do que um lobisomem, criatura clássica de histórias de terror). Pois bem, a vil criatura se alimentou de forma cruel da pobre e indefesa idosa e ainda se fez passar pela mesma para saborear a pobre menina. Imaginem o terror e trauma pelos quais a pobre criança passou? Ter sua avó devorada e ainda ser a próxima vítima?
OS TRÊS PORQUINHOS: Uma outra mãe mais desnaturada ainda expulsa de seu convívio suas pobres crias para que as mesmas tentem por si só seguirem seu caminho e pra isso lhes dá apenas algumas moedas. E lá vão as pobres criaturas rosas (... peraí, porcos..., rosa??? Ele ainda está a me observar) para uma jornada de incertezas em relação ao futuro. Com precariedade, dois deles constroem suas pobres casas, enquanto o terceiro, com certeza um porco capitalista representando as grandes nações imperialistas, tem condições melhores de moradia. Então quem aparece na história? O velho conhecido lobisomem para desamparar as pobres criaturas, que se refugiam sobre o teto do mais rico e este por sua vez, um porco vingativo e sem escrúpulos faz o tal lobisomem sofrer horrores. Isso pra mim nunca foi história infantil.
O PATINHO FEIO: Vemos aqui um clássico de perda de identidade e preconceito. O pobre animal por ser diferente é repudiado por todos que o cercam. Aposto que se o tal patinho se armasse até os dentes, fosse até sua escola e atirasse em todo mundo matando pelo menos cinco colegas e dois professores, a coisa seria muito diferente. Mas me pergunto, como um ovo de cisne foi parar entre os ovos de uma pata? Troca na maternidade? E cadê aquela linda lição sobre um filho que não é biológico tem o mesmo amor de mãe como se natural fosse? Essa mãe pata também o repudiou. Cadê os direitos humanos?! Ou direitos dos patos, sei lá.
O GATO DE BOTAS: Essa é uma das piores. Um animal sem escrúpulos que mente, engana e mata, tudo isso para fazer com que seu dono atinja os objetivos que o próprio gato quer, ou seja, sombra e água fresca. Eu teria medo desse bichano. Só tenho medo se o porquinho cor-de-rosa me pedir botas ou algo parecido...
JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO: E essa então? Um gigante que mora nas nuvens comedor de gente. Faz qualquer criança ter medo de plantar alguma coisa.
PINÓQUIO: É o único que parece não ser tão terrível, exceto por aquele cara do circo que explora o trabalho infantil ao prender meninos levados e transformá-los em burros, ou seja, os meninos não podem ser levados, têm que ser crianças apáticas, totalmente quietas e lerdas senão serão transformadas em burros por um pedófilo em potencial.
Nota: estou me referindo apenas às histórias escritas e contadas, nem cheguei aos famosos desenhos ditos infantis, onde coelhos beijam homens e se vestem de mulheres, onde o uso da violência é constante (atiram sem dó nem piedade a queima roupa, explodem bombas em seus inimigos, jogam bigornas e etc), anoréxicos malucos conversam com seus cachorros, "heróis" abusam de anabolizantes e ainda dão essa mesma droga para seus animais de estimação, etc. A lista é gigante.
Enfim, temos sorte de estarmos vivos e sãos depois de tanta violência, mentiras, criaturas vis, etc.
Vou ficando por aqui, vou dormir, mas antes vou ler mais um pouco de Stephen King, o mestre do horror moderno, mas acreditem, as lições que já encontrei nos livros dele são melhores que dos livros infantis e as cenas de horror descritas neles, nem de perto me fazem temer se estivesse lendo um conto infantil. Ainda vou escrever a minha versão dessas histórias e publicá-las nesse blog.
Abraços a todos que lerem. Belos dias e longas noites.

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