sexta-feira, 27 de junho de 2008

"Maiação"

Outro dia parei um pouco para assistir a essa pérola da TV brasileira. Há mais de 10 anos no ar, tem seguidores e gente que odeia. Está certo que abordam temas que fazem parte do cotidiano dos jovens, lógico, com a pílula bem douradinha como manda o figurino na Rede Bobo. Mas convenhamos, é uma escola de artista, muita gente boa saiu de lá pra galgar o sucesso, no entanto outros, caíram no ostracismo e atores antes consagrados (ou com pelo menos um pouquinho de fama) caindo nessa furada das 17:30, mesmo porque ator das antigas cair em Malhação é fim de carreira. Sem contar aquela galera que participou de uma ou outra oficina de teatro, acha que sabe tudo de interpretação e paga altos micos no folhetim.
Os autores pensam que o texto é engraçado, os atores pensam que sabem atuar (quem sabe algum deles consegue um papel na próxima novela das 7), o público adolescente pensa que aquele(a) ator(atriz) é um santo, os pais pensam que as histórias ensinam, enfim, todo mundo pensa que pensa.
Podem prestar atenção, se o assunto é gravidez na adolescência, a fulaninha consegue ficar com o amado, eles se dão muito bem, se são imaturos, criam juízo e ... se casam. Está todo mundo cansado de saber que isso só ocorre uma vez a cada trocentos nascimentos e que os meninos só querem saber de "virar os zoinho" e depois que se f**a (de preferência). Se a pessoa usa drogas, ela se recupera tranquilamente (até que não usar trema não é tão ruim assim) já que os pais amorosos o levam a uma clínica de reabilitação caríssima. Todo mundo tem grana, reclamam que estão passando dificuldade num apartamento super chic com uma tv de plasma, microondas, cafés da manhã super fartos, pagando mensalidades num colégio particular. As mocinhas são sempre virginais, as vilãs sempre nojentinhas e se arrependem no final da temporada. O bandido sempre vai preso. Todos se preocupam com o meio ambiente e causas sociais e correm atrás pra ajudar. As gordinhas (pelo menos se auto-denominam assim) não passam de garotas cheinhas e bonitas que não têm compulsão e nem obesidade mórbida, aliás, todo mundo é bonito (com raras excessões, mas se não são bonitos, são pelo menos fashion), todo mundo é inteligente (se não for tem dislexia e o pai paga tratamento), todo mundo é malhado (senão não seria MALHAÇÃO), todos os professores são legais, etc, etc, etc...
Nossa, tem tanto tempo que saí da adolescência que penso que as coisas não são mais como eram antes, aliás, já tenho certeza. A minha geração parece que era mais "cabeça" e não mais "cabeça oca", como a de hoje. Mas acredito que tudo ainda tem uma salvação, para o bem do futuro mundo...

Tá bom, tá bom, isso é otimismo demais, mas a sogra e a esperança são as últimas que morrem.

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