sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Propaganda Eleitoral II

Estava assistindo o horário político da TV, somente os candidatos a vereador. Sinceramente, fiquei triste. Cada figura que eu nem sabia que existia na minha cidade e outras já sabia que existia, mas achei que eles tivessem tamanha cara de pau pra se candidatarem. Prefiro não citar nomes, mas meu vizinho pagodeiro, meu ex-professor de educação física, um dos donos do mercado perto de casa, entre outras peças com nomes muito estranhos e propostas mais estranhas ainda.
O incrível é que eles não tem nenhuma vergonha de prometer mundos e fundos (mais mundos do que fundos, pois esses fundos são pra eles mesmo). Só dizem que vão lutar pra conseguir isso ou aquilo de graça, lutar pelos direitos dos trabalhadores, dos gays, das prostitutas, dos cães de rua, da dona de casa, do lixeiro, da cidade inteira, mas se olharmos bem naqueles olhinhos que se movem pra lá e pra cá lendo tanta bobagem, veremos eles dizerem: "eu vou mesmo é torrar essa grana, dar churrasco todo dia lá em casa, comprar um carrão e pegar umas "mulé", vou é me esbaldar, não vou precisar trabalhar e vou viver às custas dos seus impostos, seu idiota, por isso vota em mim pra eu ficar numa boa por quatro anos, hehe".
Nota: o tal lixeiro que citei no último post é candidato novamente. Ele está a fim de ficar mais quatro anos numa boa, sem correr atrás de caminhão, só correndo atrás da picanha e da breja do fim de semana, vai numa reuniãozinha na terça, fica caladinho, se precisar dá um sim um dia e um não em outro dia de votação, e o resto é só mamata. Quem sabe ainda arrisco um dia ("Vote na Ninja - Mandando shurikins na pobreza e na desigualdade"), pendurar as sapatilhas ninja e ser feliz e tranquila por quatro longos anos, e lógico, fazer muita farra e ainda guardar uma graninha, pois "depositar o dinheiro na poupança" e "enfiar a grana no fiofó" são coisas totalmente diferentes apesar que gramaticamente signifiquem o mesmo.
Outra coisa que me deixa p*** da vida é a falta de criatividade desses candidatos. Uns discursos sem noção, repetitivos, tudo é combater a desigualdade social, garantir seus direitos, melhorar as condições de moradia da população carente, etc. Isso tudo com aquela emoção de robô apaixonado lendo (e na maioria das vezes de modo terrível) o tal "grande discurso".
Tenho até medo dessas eleições. Trabalho em uma gráfica, fazemos os tais "santinhos" e digo que já vi coisas que até São Tomé não acreditaria se visse. Inclusive coisas que não seriam muito corretas, como citar uma tiragem X (agora é obrigatório registrar firma, constar o cnpj do candidato e da gráfica e ainda o número de impressos) e imprimir X+Y, tudo isso pra descontar alguns impostos na nota fiscal. O famoso jeitinho brasileiro.
Falando em jeitinho, aposto que essa lei que proíbe o nepotismo, esse lance de empregar parente em cargos públicos por parte de autoridades e sem concurso, só acredito quando realmente abrirem concursos pra empregar, duvido que vão demitir quem já está lá. No máximo, uma remanejada (apesar de estar proibido também) para o poderoso do ministério ao lado. Mais uma vez, o tal jeitinho verde-e-amarelo.
Fico por aqui, tendo que aguentar (ainda sinto saudades do trema) essas criaturas fantásticas e suas campanhas extraordinárias.

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